Travessa dos Poetas de Calçada

sábado, julho 10, 2004



Ainda não acabei de ler 1984, mas ele já mudou minhas concepções de mundo, de vida e de morte. Tem umas partes tão cinematográficas, tão memoráveis, tão TUDO!!! "A união fora uma batalha, o clímax uma vitória. Era um golpe desferido no Partido. Era um ato político." Tipo assim, perfeito.

E poxa, eu morreria feliz se tivesse escrito a cena em que ele encontra a moça no meio da multidão, vendo os prisioneiros de guerra passarem. Eu morreria muito, muito feliz. Mas enfim, agora já tá escrito.

Não sei por quê, mas lembrei de uma frase de um livro que eu não me lembro qual, que me fez ter curiosidade de ler Ana Karênina. Pelo que eu me lembre, alguém ia em um trem e um cara qualquer comentava algo do tipo: "Aqui que Ana Karênina deveria ter deixado Vronski, se ela tivesse alguma coisa na cabeça". Era algo parecido com isso. E tipo, além de ser famosérrimo, quis ler só pra entender a referência. Deve ter sido um livro russo pra ter essa referência, mas dos russos só li clássicos, então... acabei de lembrar que só pode ter sido "A Casa da Rússia". Claro, o livro não é russo, mas se passa lá. Tinha que ser. Aliás, um dos meus micros sonhos de consumo é ter toda a coleção do John Le Carré e ir conversar com ele lá onde quer que ele more. Inglaterra? Sei lá. Vou fazer um search sobre isso hoje. E também sobre o livro novo dele, que fiquei esperando traduzir mas até agora não ouvi falar mais nada. Aliás, deve fazer uns 5 ou 6 anos que eu não compro um livro do tipo lançamento. Desde o "Deus das Pequenas Coisas". Aliás, outro livro que se incorporou na minha vida de forma incrível.

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"Solitary Man", do Johnny Cash. Um violão contagiante, a voz maravilhosa dele e uma música muito gostosa.

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Creio que a "Needle in the hay" fala de jovens envolvidos com drogas e a reação dos pais. Ouço essa música em repeat todo dia. Ela é tão... não sei... hipnótica. Não uma hipnose psicodélica, mas uma hipnose silenciosa, dormente, sei lá. E quando ele começa a parte de revolta nem sei o que tenho vontade de fazer. O engraçado é que a parte da revolta é tão calma quanto o resto da música, só com uma leve ênfase. Adoro quando ele começa a cantar

"Gonna walk walk walk
Four more blocks plus the one in my brain
(...)
I can't be myself, I can't be myself
Then I don't wanna talk
I'm taking the cure, so I can be quiet
Whenever I want
So leave me alone
You oughta be proud that I'm getting good marksssssssss...."

É um foda-se coletivo pra quando eu não estiver a fim de ser simpática com ninguém.

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