Travessa dos Poetas de Calçada

sábado, maio 01, 2004



Sobre a beleza

1. Por que pessoas com dinheiro são geralmente bonitas e vice-versa? Porque o dinheiro pode proporcionar beleza, e beleza pode trazer dinheiro.
2. Pessoas unanimemente bonitas já têm 50% de seu caminho feito pelos outros, que estão sempre solícitos.
3. pessoas unanimemente bonitas que não conseguem completar os outros 50% ou conseguem estragar os primeiros 50% têm um sério problema.
4. Pessoas não unanimemente bonitas (e isso não significa necessariamente feias) que conseguem a solicitude de pelo menos parte dos primeiros 50% e ainda os outros - ou parte - 50% são, no mínimo, mais interessantes.

O que eu quero dizer: quando você é bonita, as pessoas ao seu redor têm uma solicitude imensa com você, uma predisposição a gostar de você e te ajudar. Isso é bem útil. Aos outros que não chamam tanta atenção resta cativar essa solicitude por outros meios: charme, autoconfiança, inteligência, originalidade.



Histórias que fogem da minha capacidade de tanta carga dramática, amplitude e mais alguma coisa que eu não sei definir, ou seja, coisas que me fazem sentir muito, mas muito mínima, tipo assim, um nada!

1: Syd barrett

O Syd Barrett me dá falta de ar de tanta tristeza. Toda vez que lembro disso fico parada, olhando pro nada, como se eu também fosse meio maluca. Fico imaginando ele, em algum lugar totalmente isolado do mundo, ainda vivo, mas praticamente considerado "gone". Ele que podia ter estado na história de uma das mais maiores bandas do mundo... O cara foda que, por causa de drogas, fica maluco...E ele se isola...E perde tudo...E fica assim. É tão... não sei. É triste demais. É muito drama europeu, tipo aqueles filmes meio sem música, com cores meio pastéis com cara de sujo. Não sei. Comentaram isso na MTV ontem, e só por eu ter lembrado já fiquei meio sei lá...E aí depois deu a Wish You Were Here, feita pra ele, com aquela letra de vou-me-matar... E aí eu lembro da foto que eu vi na RollingStone, uma vez, do Syd já meio autista, como ele é tão a cara de "(a) soul swimming in a fish bowl, year after year, running over the same old ground...What have we found? Same old fears...".

Meu lado poético entra em surto quando penso nisso. É uma coisa assim que foge das minhas capacidades...