Vi o Trainspotting ontem. E ele não sai da minha cabeça.
Fiquei admirada de ver que muitas pessoas se identificam com o filme... Ele é vazio... é pretensioso mas não tem nada a acrescentar. Diferente do Clube da Luta, que sabe do que tá falando e sabe que tá certo. Trainspotting choca um pouco, dá nojo, é sofrível, tem partes engraçadas e o final é legal, mas de resto... Tudo descartável. Tudo pode ser visto de uma forma pejorativa, e a saúde mental, emocional e física é vista pejorativamente pelos personagens. Resumidamente, um filtro de imbecilidade. Isso o conteúdo , porque o filme em si é bacana e estiloso. Sério, a melhor coisa do mundo é se drogar? Isso não é só "falta de amor à vida" (como eles dizem pra ficar cool...) nem style ou merda nenhuma. Tem vários nomes: imaturidade, infantilidade, despreparo, covardia, medo, desestrutra e milhões mais. Mas em vez de resolverem os problemas, eles preferem dizer que gostam de ser problemáticos. Quanto estilo.
Tá certo que o filme estereotipa bastante, mas tem muita gente parecida com isso, talvez só em menor grau.
No meu pequeno percurso hoje até o banco aqui perto, meus olhos estavam me enganando toda hora. Talvez porque hoje resolvi usar minha lente que eu não usava há um tempão. Primeiro foi um garoto de uns 10 anos, entrando na banca de jornal: parecia muito o filho do pastor da minha ex-igreja, aquele que quando acabava o culto saía correndo e pulava no colo do pai. Sempre. Eu achava isso muito fofo, e acho que o resto da igreja toda também. Depois foram passando os domingos, o garotinho foi crescendo, o pobre do pastor já fazia um notável esforço pra carregar ele. E depois ele só saía correndo, dava a mão ao pai e saía junto com ele. Pois lá estava ele? Não, mero engano. Mas parecia muito. E, apesar de não ir mais à igreja e ter vários problemas com ela, ainda lembro do pastor com saudades.
Depois, um colega de escola que namorava uma amiga minha. Fiquei seguindo o garoto com os olhos, não podia ser e não era mesmo; ele era lá de um bairro encravado em alguma parte de Niterói que só tem mato, aqueles lugares por lá cheios de sítios lindos.
E por último um colega da outra unidade do colégio, o Cabeção. Sempre tem um ou mais cabeções nas escolas, que apelido clichê. Eu achava ele lindo na sexta série, parecia o David Duchovny, mas nunca tinha falado com ele. Tinha cara de inteligente, e era realmente. Da primeira vez que ele falou comigo foi sobre uma votação de Grêmio, e ele parecia tão prepotente e grosso, desprezando minha opinião sobre qual chapa era a melhor...que decepção. Deixei ele pra lá. E uns 3, 4 anos depois voltei a ficar na mesma turma dele, e finalmente vi que ele era mesmo metido, chato, estúpido, mal-educado, exibido... e nem parecia mais o Mulder. Eu sempre tenho essa coisa de tentar adivinhar como a pessoa é, só de ficar observando. Geralmente erro bastante... Você pode se definir com coisas gerais, tipo "Gabriela, 22 anos, clubber, pais separados, anarco-socialista, trabalha com animação etc etc..." mas na maioria o que faz a maior diferença pode ser, sei lá, um tipo de gesto que a pessoa faz ...coisas assim.
E hoje li a coluna da Cora Ronái no Globo, tava bem legal. Li sem perceber, assim de uma vez. Todos os textos deveriam ser assim.
Posted
11:30 da manhã by Sheila
Terminei ontem de ler o Harry Potter, o primeiro livro: Harry Potter & The Philosopher's Stone. É muuuuito fofo!!! Peguei em inglês, da biblioteca. Aprendi várias palavras novas, tipo wig, ceiling, toad, owl... enfim... O livro não é ruim, só porque vendeu muito vêm várias pessoas dizendo que é ruim... tudo bem que é super comercial, mas é também super criativo, e é bem escrito, simplezinho mas bom. Melhor que a Agatha Christie. O Harry é tão fofinho... adoro aquelas partes que ficam dizendo que ele é famoso (-There, look/-Where?/-Next to the tall kid with the red hair/-Wearing the glasses?/-Did you see his face?/-Did you see his scar?/...), e quando o Dumbledore fala com ele nas partes do Espelho e do pós-clímax. Muito legal. Alohomora!!
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