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9:56 da manhã by Sheila
Período com síndrome de abstinência minha, abstinência cinematográfica e literária: Rushmore e A Garota do tambor, respectivamente. Rushmore ou os Tenembauns, ou seja, Wes Anderson. Preciso de uma indicação de um filme nesse estilo, mas ultimamente só procuras vãs. Nada satisfaz. O filme nem é tão bem feito, mas tem um climinha diferente, sei lá. E a trilha sonora só piorou a dependência. Vejam só, até Cat Stevens o cara incluiu na trilha sonora. Oh céus. Quase overdose isso. Já A Garota do Tambor... o primeiro mês foi pior, eu me sentia praticamente uma Charlie ambulante: na segunda rua à direita, entre num restaurante, depois de 3 minutos telefone de um orelhão na rua em frente, vá andando até o fim da rua, espere por um carro vermelho que etc etc etc. Tudo que eu fazia parecia pré-planejado. Mas era bom, não sei por quê. Freud explica. E nunca mais achei um desses. Preciso me desintoxicar.
quinta-feira, janeiro 30, 2003
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12:32 da manhã by Sheila
Esse é o HOE, um farol bem famoso, alto ponto turístico lá de Plymouth, England. PL51DJ. Myers Close.
Adoro essa foto, tao cartao postal... a senhora de gorrinho e casaco inchado é minha mae.
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4:14 da manhã by Sheila
Ontem, eu passando em frente a uma vila, a menininha na bicicleta me chama:
- Ei! Menina! Menina!
- Oi?
- Qual seu nome?
- Mikaela...
- Você é da televisão?
- Não....
- Ah...Parece!...
- ...
- ...
- ... Você é muito simpática
- Você também.
- Tchau
domingo, janeiro 26, 2003
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3:11 da tarde by Sheila
"A terra, assim, é ao mesmo tempo deserta e rica. Rica desses jardins secretos, escondidos, difíceis de atingir, mas aos quais o ofício nos conduz sempre, um dia ou outro. A vida nos separa talvez dos companheiros, e nos impede de pensar muito nisso. Eles estão em algum lugar, não se sabe bem onde, silenciosos e esquecidos... Sim, nós temos o hábito de esperar...
Mas pouco a pouco descobrimos que não ouviremos nunca mais o riso claro daquele companheiro; descobrimos que aquele jardim está fechado para sempre. Então começa nosso verdadeiro luto, que não é desesperado, mas um pouco amargo.
Nada, jamais, na verdade, substituirá o companheiro perdido. Ninguém pode criar velhos companheiros. Nada vale o tesouro de tantas recordações comuns, de tantas horas más vividas juntos, de tantas desavenças, de tantas reconciliações, de tantos impulsos afetivos. Não se reconstroem essas amizades. Seria inútil plantar um carvalho na esperança de ter, em breve, o abrigo de suas folhas.
Assim vai a vida. A princípio, enriquecemos; plantamos durante anos, mas os anos chegam em que o tempo destrói esse trabalho, arranca essas árvores. Um a um, os companheiros nos retiram sua sombra. E aos nossos lutos mistura-se então a mágoa secreta de envelhecer."
(...)
Terra dos Homens é o livro mais lindo que existe, o único que eu leria de novo, pena que é meio triste... Dá pra ler de trás pra frente, da metade, partes isoladas... é poesia pura, só que em um texto em prosa. E é do Éxupéry.